Escom vai investir mais 60 milhões em Angola

IMOBILIÁRIO

Escom vai investir mais 60 milhões em Angola

Acquaville, em Luanda Sul, terá oito torres e estende-se por 50 mil metros quadrados

Filipe Paiva Cardoso

A Escom vai investir 60 milhões de euros na construção de um novo condomínio residencial em Luanda, Angola. As obras do Acquaville deverão arrancar já em Maio, segundo comunicado da empresa do Grupo Espírito Santo.

A Escom reforça assim a sua aposta neste país africano, onde, além do sector imobiliário, está ainda presente na mineração, aviação, energia ou agricultura, razão pela qual diz ser "dos maiores investidores privados em Angola".

A área de construção deste empreendimento estende-se por 50 mil metros quadrados, numa zona de expansão urbana da capital angolana, sendo que o Acquaville vai ser composto por oito torres com 148 unidades, entre as quais alguns duplex térreos, "penthouses", além de apartamentos de várias tipologias.

Esta aposta da Escom está dirigida "ao segmento de mercado alto padrão" e está localizada a cerca de 20 quilómetros do centro de Luanda e a 12 quilómetros do aeroporto local.

O reforço no imobiliário angolano é justificado pela Escom com o facto deste sector "em Luanda apresentar actualmente um cenário de baixa competitividade e é caracterizado por uma procura que supera, em muito, a oferta".

Esta nova aposta do grupo português vem juntar-se a uma série de projectos imobiliários que a Escom tem em curso ou em fase final de preparação em Angola. Entre estes destaque para o Edifício Espírito Santo, imóvel com 25 pisos situado em Luanda, e cujo investimento ascendeu a perto de 115 milhões de euros. Junto a este imóvel deverão aparecer outros três edifícios para habitação e comércio, também da responsabilidade da Escom, fruto da aplicação de 154 milhões de euros.

O lançamento de um Aparthotel é outro dos projectos no "pipeline" da participada da Espírito Santo. Além destes, a Escom tem ainda outros dois investimentos imobiliários em carteira (ver em baixo).

O investimento no Acquaville será em parceria com a brasileira Camargo Corrêa, grupo empresarial que actua nas áreas de engenharia, construção, cimento, siderurgia, têxtil, gestão ambiental e concessões de serviços públicos, seja na energia ou no transporte rodoviário.

Imobiliário corresponde a 32% do volume de negócios da Escom

No total a Escom tem actualmente 900 milhões de dólares - 589 milhões de euros, ao câmbio de ontem - em investimentos projectados, sendo que o seu volume de negócios em 2007, segundo as últimas projecções da empresa, deverá ter ascendido aos 226,2 milhões de dólares -148 milhões de euros - um aumento de 18,6% face a 2006.

Além do imobiliário, e da presença em Angola, a Escom está também presente no Congo-Brazaville, Moçambique e África do Sul, sendo que o seu volume de negócios advém também da aposta na mineração/diamantes - 24,1 % do total -, obras públicas - 22,3% do total -, aviação -18,5 % do total - e pescas, ainda que esta última aposta tenha sido responsável por menos de 1 % do volume de negócios da Escom no ano passado.

Em África, a Escom aposta forte também ao nível da responsabilidade social, apoiando instituições religiosas, escolas ou museus. Actualmente está a construir um centro de saúde e a renovar a biblioteca do centro cultural de Luanda.

Nem tudo o que luz é imobiliário. Também pode ser um diamante

Um dos "core-business" da Escom em África é a mineração diamantífera, sector onde o grupo entrou em 2001, através do projecto Chibongo que, em 2006, produziu 58.281 quilates, tendo reservas provadas e estimadas de um milhão de quilates. Em 2002, a empresa do grupo Espírito Santo entrou na Sociedade Mineira da Camatchia e Camagico, que explora uma das minas com maior potencial do mundo, com reservas estimadas de quase 33 milhões de quilates.

Uma parceria com a BHP Billiton para o desenvolvimento de oportunidades de negócio na mineração em Angola, celebrada em 2003, resultou na atribuição pelas autoridades locais a este consórcio, no final de 2005, de 14 contratos de prospecção, pesquisa e reconhecimento, oito dos quais para depósitos kimberlíticos.

Segundo os números fornecidos pela própria Escom, em 2006 as actividades mineiras da empresa em Angola produziram um total de 315,4 mil quilates, sendo que em 2007 a mineração foi responsável por 24,1% do total do volume de negócios da Escom, tendo porém potencial para representar bastante mais.

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